Maria Gadú|Ipanema Blog

Reportagem retirada do Ipanema Blog, postado em 13 de agosto de 2009

gadu

Ela diz que não gosta de praia (só no calçadão bebendo uma cerveja), mas a verdade é que, há dois anos, quando veio ao Rio passar férias na casa de amigos, a cantora Maria Gadú, paulistana de 22 anos, foi ficando, foi ficando e só retornou à terra da garoa, no mês passado, para um dos shows de lançamento do seu cd de estréia. Neste tempo, além de circular pelos bares do Rio com seu violão e cigarros, Gadú participou do seriado “Maysa”, interpretando “Ne me quitte pas”, de Jacques Brel, lançou o primeiro cd, que leva seu nome, surpreendeu ao regravar a música “Baba”, da Kelly Key e, pra dar o toque final, foi elogiada por nomes como Milton Nascimento e Caetano Veloso.

Pra quem curte o seu estilo banquinho e violão, Maria Gadú se apresenta hoje, e nos dias 20 e 27, no Posto 8, à partir das 21h30. Além disso, tem participação confirmada na apresentação de Marcelo D2 e Seu Jorge, no Prêmio Multishow. Se você ainda não a conhece, o Ipanemablog bateu um papo com a despojada menina que, mesmo reforçando sua preferência por não ir à praia, “Todo mundo reclama que eu moro no Rio e tô transparente”, brinca, está mais pra carioca, com seu jeitinho manso de curtir a vida, deixando que tudo aconteça no seu ritmo, sem pressa ou grandes expectativas.

IB - Você contou em outras entrevistas, que veio para o Rio pra férias e nunca mais voltou… O que te fez ficar?

MG - Eu fiquei na casa de uma família de amigos queridíssimos, que diziam “Não, fica mais uma semana que nós vamos achar alguns botecos para você tocar” (risos). Depois de dois meses aqui, o Rafael Almeida (ator) e a Tânia Mara (cantora), que são meus amigos desde quando morava em São Paulo, falaram de mim para o Jayme Monjardim (com quem Tânia é casada). Na época, ele estava dirigindo a minissérie “Maysa” e o Rafael comentou com ele que eu cantava “Ne me quitte pas” de Jacques Brel. Fui até a casa dele, nos conhecemos, firmamos minha participação na minissérie e a partir daí foi tudo acontecendo.

IB - O que você gosta de fazer, nas horas que não está compondo ou tocando?

Ouvir música, encontrar os amigos para tocar, ir a shows. O último que fui foi no show do 3naMassa, no Circo Voador… É muito difícil eu fazer algo que não tenha ligação com a música. Como tenho pavor de praia (risos), só fico no calçadão bebendo uma cerveja. Mas também gosto de andar de bicicleta na Lagoa, onde moro.

IB - Sobre sua carreira, como você sente essa ascensão repentina? Ainda está se adaptando?

MG - Não costumo criar expectativa em cima das coisas. Tô muito feliz com tudo que tem acontecido, mas tô bem calma. Eu acho que o universo sabe o que faz… Nunca planejei ter uma carreira, gravar um cd, coisas assim. Sempre fui muito feliz tocando pelos bares e ganhando meu dinheirinho, mas sou agradecida por tudo isso.

IB - Seu repertório vai de Jacques Brel, e pra surpresa de muitos, à Kelly Key (em alguns shows você também já tocou uma música da Pink – a quem atribuiu a inspiração para descolorir o cabelo). Quais são suas influências?

MG -Meu repertório é bem abrangente, de verdade. Eu nunca excluí nada da minha vida, musicalmente. Gosto de um pouquinho de cada coisa. Desde Nelson Gonçalves até Sandy e Júnior, Pink, de quem eu sou muito fã, Alanis Morissette e Backstreet Boys, que eram os Jonas Brothers da minha época… E como eu não estudei música, aprendi com eles a “abrir a voz”, pois via aqueles meninos tão novos fazendo um trabalho tão bonito de voz, sabe? Eu achava legal uma galera daquela idade já cantando daquela forma. Mas eu também sempre ouvi muito Chico (Buarque), Marisa Monte e Caetano Veloso.
E sobre a Kelly Key, sempre achei “Baba” uma música muito boa! Eu gostava da letra, achava que tinha uma malandragem ali, sabe? Mas queria tocá-la do meu jeito…

IB – E a Kelly Key virou fã da sua versão?

MG – (risos) Eu acho que sim, né? Ela foi a um dos shows e elogiou… Mas se gostou mesmo só perguntando direto pra ela… (risos)

IB - Como é ser querida por nomes tão importantes como Caetano Veloso e Milton Nascimento?

MG – Ah, são ídolos máximos. É tudo muito especial para mim. Primeiro que receber um elogio de uma pessoa que eu considere extremamente importante na minha vida musical, alguém que eu achava tudo de mais maravilhoso e ouvia atentamente para tentar aprender alguma coisa, me deixa realmente feliz. E estar próxima destas pessoas, poder conversar, trocar coisas, é genial. Eu acho muito bonito eles me darem essa oportunidade.

IB - Você está apresentando seu primeiro cd… Mas já tem projetos futuros?

MG - Eu vou participar do DVD da Ana Carolina, este mês, à convite dela. Também vou participar de um festival muito legal que vai acontecer na Leopoldina, chamado Back to Black, que é um “salve” à cultural negra, o que eu acho sensacional. Lá, tocarei no mesmo palco que “monstros” da música, sabe? Tô muito empolgada com o show. E na semana que vem vou participar do prêmio Multishow, na apresentação do Seu Jorge e Marcelo D2! Eles convidaram a mim, a Roberta Sá e Nina Becker para fazer um coro, estilo backin´vocals, durante o show e vai ficar bem legal.

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Release

Tudo está acontecendo muito rápido na vida da paulistana de 22 anos Maria Gadú. Em menos de cinco meses chegou ao Rio, fechou contrato com a Som Livre para o lançamento do disco de estréia e atraiu à sua temporada no Cinemathèque ninguém menos que Caetano Veloso e Milton Nascimento, além de uma penca de outros artistas, críticos musicais, cineastas, atrizes, descolados e músicos.
O público em geral compartilha o mesmo sentimento. Está diante de uma cantora e compositora de verdade, presenciando o nascimento de um novo talento, não conseguem compará-la a nada. Maria é diferente de tudo o que já viram.
Quando Gadú sobe ao palco, qualquer desavisado pode achar que ela faz parte de uma nova onda rock´n´roll, meio punk, meio indie. Ousada, ela parece mesmo que vai chegar na marra, cheia de atitude; mas basta abrir a boca, para a cantora mostrar suavidade em forma de MPB, com tudo muito próprio: letra, música e voz. Este contraste surpreende e seduz. Talvez isso explique um pouco Maria Gadú. Mas ninguém quer saber de entender. Melhor prestar atenção e deixar acontecer.

Via SLAP

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