A embalagem é bonita, mas a música...

Novos álbuns das cantoras Ana Carolina, Ana Cañas e Maria Gadú decepcionam

Um grande investimento técnico agrega valor artístico a um disco a ponto de torná-lo bom? Cada um a sua maneira, os novos CDs da veterana Ana Carolina e das novatas Ana Cañas e Maria Gadú respondem – com um “não’’– a essa pergunta.

Os lançamentos estão sendo tratados à moda antiga por suas respectivas gravadoras, com a mesma pompa dos tempos em que a indústria vendia muitos discos e, de volta, tinha bom dinheiro para gastar com eles. Nos três casos, os altos investimentos saltam aos olhos já nos encartes – seja pela qualidade gráfica, seja pelo desfile de nomes estrelados nas fichas. Produtores “hypados’’ foram escalados, nomes consagrados assinam parcerias, astros internacionais fazem duetos, fotógrafos de moda clicam as capas.

Ao que parece, mais do que buscar afinidades reais entre as cantoras, seus convidados e equipes técnicas, a preocupação aqui parece ter sido conquistar a credibilidade por meio da ostentação de grifes. E o resultado musical ficou abaixo da crítica.

Pode-se dizer que a produção musical de um álbum foi bem executada em duas circunstâncias. Quando, preocupada em trazer a primeiro plano a personalidade do artista, ela não se deixa notar e se torna invisível. Ou quando, ao contrário, dá um jeito de aparecer com mais intensidade que o próprio artista, preenchendo o vazio causado pela falta de personalidade dele.

Os lançamentos das cantoras Ana Cañas, Maria Gadú e Ana Carolina misturam essas situações de forma esquizofrênica. No caso de Cañas e Gadú, atuais apostas das gravadoras Sony e Som Livre, o problema parece ter vindo de cima. A produção esmerada dos respectivos álbuns importa-se de menos em trazer à tona a novidade, os talentos que essas mesmas artistas já demonstraram em apresentações ao vivo.

Preferiram investir no hype e formatá-las em padrões de qualidade do antigo mercado, adornando o “produto’’ com nomes reconhecíveis pelo público consumidor.

Por MARCUS PRETO | Folhapress
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Release

Tudo está acontecendo muito rápido na vida da paulistana de 22 anos Maria Gadú. Em menos de cinco meses chegou ao Rio, fechou contrato com a Som Livre para o lançamento do disco de estréia e atraiu à sua temporada no Cinemathèque ninguém menos que Caetano Veloso e Milton Nascimento, além de uma penca de outros artistas, críticos musicais, cineastas, atrizes, descolados e músicos.
O público em geral compartilha o mesmo sentimento. Está diante de uma cantora e compositora de verdade, presenciando o nascimento de um novo talento, não conseguem compará-la a nada. Maria é diferente de tudo o que já viram.
Quando Gadú sobe ao palco, qualquer desavisado pode achar que ela faz parte de uma nova onda rock´n´roll, meio punk, meio indie. Ousada, ela parece mesmo que vai chegar na marra, cheia de atitude; mas basta abrir a boca, para a cantora mostrar suavidade em forma de MPB, com tudo muito próprio: letra, música e voz. Este contraste surpreende e seduz. Talvez isso explique um pouco Maria Gadú. Mas ninguém quer saber de entender. Melhor prestar atenção e deixar acontecer.

Via SLAP

Agenda

JANEIRO

14 - Bar Opinião às 23h - Porto Alegre/RS

15 - Scooba às 22h - Imbé/RS

19 - Circo Voador às 23h - Rio de Janeiro/RJ
*Participação no DVD do Ao Vivo do Eagle-Eye Cherry

22 - Circo Voador às 23h - Rio de Janeiro/RJ

30 - Espaço Cultural Veja Rio - Palco Claro, Praça Santos Dumont às 22h - Búzios/RJ

FEVEREIRO

03 - Vivo Rio às 21h - Rio de Janeiro/RJ

07 - Praia Brava às 17h - Florianópolis/SC

MARÇO

19 - HSBC às 23h - são Paulo/SP


*Maiores informações: Acesse aqui a comunidade do FCO Bela Flor no Orkut*

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